Capítulo 24
Capítulo 24
Naquela cafeteria ao lado da rua.
Benito provavelmente não esperava que Mafalda o forçasse a um encontro por algo assim, por isso veio com raiva.
“Eu entendo que você queira encontrar sua amiga, mas essa abordagem está completamente errada!” Benito franziu a testa, num tom de repreensão.“Então me diga, qual seria a maneira correta? Esperar vocês resolverem o caso? Já faz tanto tempo! Se ela estiver esperando alguém vir salvá–la, imagine o quão desesperada ela deve estar!” Mafalda estava perdendo o controle emocional, gritando com Benito.O rosto de Benito ficou carregado, ele esfregou a testa.
“Eu entendo seus sentimentos…”
“Você não entende!” Mafalda interrompeu Benito.
Benito se calou, olhando para Mafalda, sem mais palavras.
“Se não fosse eu–ligar para a polícia dizendo que a Luna estava desaparecida, ninguém teria chamado, vocês não teriam aberto um caso. Ela não tem mais pais, ela não tem nada! Ela só tem a mim! Se eu não cuidar dela, ela vai realmente…desaparecer.” Mafalda estava com os olhos vermelhos, mas segurava as mãos com firmeza. Eu sei, ela deve estar sofrendo muito, muito mesmo.
Porque o corpo dela tremia.
“Mafalda, por favor, não seja impulsiva…” Eu só podia implorar para Mafalda não ser impulsiva, para não ir… esquecer de mim e viver bem sua vida.
Mas Mafalda parecia determinada a me encontrar.
“Não prometa a ela, Benito, não prometa!” Eu chorava, implorando para Benito não aceitar.
Benito ficou em silêncio por um bom tempo, até que finalmente falou. “Desculpa, eu não te conheço, nem conheço a Luna… mas pelo que ouvi do Adonis e dos amigos dele, Luna não era exatamente uma boa pessoa, até tinha uma maldade…”
“Eles que se danem!” Mafalda gritou. “Esses demônios, são idiotas! Com que direito falam mal da Luna, que autoridade eles têm! Desde o início, quem machucou a Luna foram eles! Esse Adonis, é um estuprador! Você não é policial? Vai prender ele! Vai lá!”
Mafalda, fora de controle, empurrava Benito, aos gritos para que ele prendesse Adonis.
Benito por um momento parecia perdido, provavelmente não sabia lidar com a emoção de uma mulher.
Mafalda chorava, e’eu chorava junto com ela, ela empurrava Benito freneticamente, e eu só queria abraçá–la.
Mas eu não podia abraçá–la, e ela não podia me salvar.
“Benito… você é policial, não acredite que a verdade esteja na boca da maioria, Luna não é esse tipo de pessoa… Eu vou provar para vocês.” Depois de desabafar, Mafalda de repente se acalmou.
Sua calma era mais assustadora que seu descontrole.
“O que você quer fazer?” Benito perguntou.
“Amanhã à noite, vou vestir um vestido vermelho e passar perto do beco no fim da rua. Se não der certo
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**Capítulo 24
em um dia, tentarei dois, três… um dia, eu vou atrair aquele louco.” Mafalda segurava as mãos firmemente, respirando com tremor.
“Que tipo de amiga… faz com que você arrisque sua vida.” Benito parecia irritado, acendendo um cigarro na área de fumantes.
Mafalda deu um sorriso sem forças. “Quer conhecer Luna? Venha comigo… Vou te levar para conhecer a Luna de novo.”
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Benito ficou em silêncio, seguindo Mafalda.
Eu também seguia, bem de perto. This content belongs to Nô/velDra/ma.Org .
“Luna era ótima nos estudos, sempre teve as melhores notas da nossa turma.”
Mafalda dirigia, levando Benito à Vila Eterna,
Era o lugar onde eu nasci e cresci.
Mafalda sabia onde estava a chave de casa, era o nosso refúgio durante os dias de escola.
“Luna era linda, sempre foi a mais bonita da escola.” Mafalda pegou uma chave de dentro de um par de sapatos, abriu a porta e entrou.
No hall da sala, havia uma foto minha, de uma apresentação de balé, uma arte individual, muito bonita.
Na foto, eu usava um figurino branco de dança, como um cisne abrindo as asas, eu tinha dezoito anos naquela época.
“Realmente muito bonita.” Benito olhava a foto, concordando.
Depois que seus pais morreram num acidente de carro e a empresa deles faliu, devendo uma fortuna, não era preciso que Luna se responsabilizasse pelas dívidas. Mas ela pegou a indenização que recebeu pela morte dos pais e pagou todos os credores, sem ficar com um centavo para si.
Mafalda tirou uma caixa de dentro da gaveta. “Quando entrou para a universidade, ela entregava todas as suas bolsas de estudo para mim, e juntas nós doávamos para os orfanatos. Ela dizia… que crianças sem pais são muito solitárias.”
“Bang!” De repente, a porta foi escancarada.
Robson estava parado no batente, ofegante e com os olhos vermelhos de choro.
Eu fiquei parada, olhando para Robson em choque. Ele não tinha sido levado pelos homens da Familia Macedo?
Espera… como ele teria a chave da minha casa?
Mafalda também olhava para Robson, atônita. “Quem… quem é você?”
Benito, por instinto, avançou e pressionou Robson contra a parede. “O que você está fazendo aquí?”
“Luna… Luna.” Ele gritava com dificuldade o meu nome, com a voz tremula e rouca.